Artigos Cristãos

Amemos nossos inimigos

AMEMOS NOSSOS INIMIGOS

É muito fácil amar aqueles que nos tratam bem, que nos abraçam, nos apoiam e nos fazem sentir valorizados. Amar nossos amigos parece até um exercício naturalmente cristão. No entanto, amar nossos inimigos — aqueles que nos ferem, nos traem ou falam mal de nós — isso já é um trabalho divino. A tendência humana é retribuir conforme recebemos: bondade por bondade, ofensa por ofensa. Porém, o Evangelho nos chama para um caminho radicalmente diferente, um caminho que confronta nossa carne e exalta a graça de Deus.

Jesus nos ensinou algo precioso que vai contra toda lógica humana. Ele nos convida a imitar o caráter do próprio Deus, que ama mesmo aqueles que O rejeitam diariamente. Vamos observar o que o livro de Mateus nos fala sobre isso:

43 Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem;
45 para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.

Mateus 5:43-45

Quando lemos esses versículos, a primeira reação natural é pensar: “Eu sou cristão, mas não sou bobo.” Entretanto, Jesus não está nos pedindo para sermos ingênuos ou permitirmos abusos. Ele está nos mostrando que o amor cristão não segue os padrões do mundo. Ele exige maturidade espiritual, domínio próprio e uma confiança profunda em Deus. Jesus ensina que o amor verdadeiro não é seletivo; ele é ativo, sacrificial e impulsionado pelo Espírito Santo.

O padrão do Antigo Testamento, interpretado erroneamente por muitos, era simplesmente amar quem é próximo e rejeitar quem é inimigo. Jesus, porém, amplia esse entendimento e nos chama para uma ética mais elevada. Ele diz que devemos amar nossos inimigos, abençoar os que nos amaldiçoam, fazer o bem aos que nos fazem mal e orar pelos que nos perseguem. É um caminho de graça, humildade e misericórdia, totalmente contrário ao impulso da nossa natureza pecaminosa.

Às vezes pensamos que esse mandamento é impossível de ser cumprido. Mas Jesus nos mostra que é possível, porque Ele mesmo viveu isso. Cristo veio para os seus, e os seus não O receberam. Foi traído, rejeitado, cuspido, ferido e crucificado injustamente. Mesmo assim, ao ser pendurado na cruz, fez uma das declarações mais amorosas de toda a história:

“Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.”
Lucas 23:34

Este é o nosso maior exemplo. Se o Filho de Deus pôde amar aqueles que o feriam naquele exato momento, como nós, que fomos alvos desse amor imerecido, não haveríamos de fazer o mesmo? Amar o inimigo não significa concordar com o mal que ele faz, mas significa não retribuir na mesma moeda, não permitir que o ódio contamine nosso coração e não abrir portas para a vingança, que pertence somente ao Senhor.

Muitas vezes somos especialistas em selecionar apenas aquilo que nos agrada na Bíblia. Gostamos de falar de bênçãos, promessas e milagres, mas ignoramos os mandamentos que exigem mudança real. Perdoar não é opcional. Amar também não é. Não existe perdão seletivo, e não existe amor condicional no reino de Deus.

Na parte final da passagem, Jesus nos lembra que amar quem nos ama não tem mérito algum. Até os publicanos — considerados pecadores públicos — fazem isso. Amar apenas os nossos amigos não nos torna verdadeiramente diferentes do mundo. A grande marca do cristão é amar quem não merece, porque nós também não merecíamos o amor de Deus.

Por fim, Jesus nos chama a ser imitadores do Pai celestial. Ele faz o sol nascer sobre justos e injustos, enviando Sua bondade a todos, mesmo aos que O negam. Quando amamos nossos inimigos, refletimos o caráter de Deus ao mundo. Que o Senhor nos ajude a viver esse amor difícil, porém transformador.

Um bom ministro de Jesus Cristo
Tu estás aqui Jesus

Sair da versão mobile