Jesus prometeu que não nos deixaria sozinhos

O décimo quarto capítulo do Evangelho de João é uma conversa profunda e íntima de Jesus com Seus discípulos sobre a Sua partida para o céu e sobre a preocupação que os onze tinham quanto ao futuro. Jesus sabia que Seus dias na terra estavam chegando ao fim, e também sabia que Seus discípulos estavam cheios de inquietação, dúvidas e temor. Este capítulo não apenas revela o coração compassivo do Mestre, mas também nos ensina sobre Suas promessas à Sua igreja, garantindo que Ele está conosco até o fim.

Os discípulos ficaram preocupados porque a partida de Cristo estava se aproximando, e isso é compreensível. Ao lado de Jesus, viram milagres, ouviram palavras de vida eterna e experimentaram uma presença que nunca tinham sentido antes. Eles testemunharam curas, libertações, ressuscitações e viram o próprio Filho de Deus caminhar entre eles com poder e autoridade. Agora, estavam ouvindo que tudo isso chegaria ao fim. Pensaram que ficariam sozinhos, sem direção e sem proteção.

Mas isso não era verdade. O ministério visível de Cristo terminaria, mas a obra que Ele havia começado continuaria. Jesus nunca inicia algo para deixar incompleto. Ele sabia que Sua partida não significava abandono, e por isso lhes revelou uma das promessas mais preciosas de toda a Bíblia.

16 E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre,

17 o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece.
Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.

18 Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês.

19 Dentro de pouco tempo o mundo não me verá mais; vocês, porém, me verão.
Porque eu vivo, vocês também viverão.

João 14:16-19

Os discípulos não deviam ficar preocupados. Jesus disse que pediria ao Pai e Ele enviaria “outro Consolador” para estar com eles para sempre. Essa expressão — “para sempre” — revela a profundidade da promessa divina. No Antigo Testamento, nem todos possuíam o Espírito Santo; Ele repousava sobre profetas, reis ou pessoas escolhidas para missões específicas. Mas agora, Jesus estava lhes dizendo algo completamente novo: o Espírito Santo habitaria neles de forma permanente.

Esse Consolador, o Espírito da Verdade, não seria visto pelo mundo, porque o mundo não O conhece. Mas os discípulos O conheceriam, porque Ele já habitava com eles e, em breve, estaria neles. Essa promessa marcou o início de uma nova era espiritual, onde cada crente se tornaria templo do Espírito Santo. Deus não apenas estaria perto — Ele estaria dentro de Seus filhos.

Jesus deixou claro: “Não os deixarei órfãos”. Essa afirmação é cheia de ternura. Ele sabia que os discípulos se sentiam como crianças prestes a perder seu protetor. Mas Ele garante que não os deixaria abandonados. O mundo não O veria mais com os olhos naturais, mas aqueles que O amam continuariam percebendo Sua presença, Sua voz e Sua direção.

Quando Jesus disse: “Porque eu vivo, vocês também viverão”, Ele estava afirmando a continuidade de Sua obra. Sua ressurreição não seria apenas uma vitória pessoal, mas a garantia de que Seus seguidores também teriam vida verdadeira, abundante e eterna. A vida de Cristo se tornaria a fonte da vida da igreja.

Jesus começou uma obra em nós e, como diz a Escritura, “Aquele que começou boa obra em vocês vai completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6). Isso significa que não devemos viver ansiosos ou desesperados. Não estamos sozinhos, não estamos abandonados, e não estamos caminhando à própria sorte. O Espírito Santo nos acompanha todos os dias de nossas vidas, nos consola, nos ensina, nos fortalece e testemunha da verdade em nossos corações.

Essa promessa de presença constante não é apenas para os discípulos daquela época, mas para todo aquele que guarda os mandamentos do Senhor e O ama sinceramente. Jesus está conosco até o fim. Mesmo quando sentimos silêncio, Ele está. Mesmo quando não O vemos agir, Ele está trabalhando. Mesmo quando o mundo parece escuro, o Espírito Santo permanece iluminando nosso caminho.

Portanto, diante da preocupação, da incerteza e do medo, lembre-se desta verdade imutável: Jesus não nos deixou órfãos. O Consolador habita em nós. Ele vive, e porque Ele vive, nós também viveremos.

Jesus é o autor de nossa fé no meio da tempestade
Introdução ao livro de Habacuque

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