Paul Washer: Como compartilhar o Evangelho com um ateu

Num painel bastante interessante, um homem que já foi ateu, mas que agora conhece o evangelho, faz uma pergunta interessante: Como posso compartilhar o evangelho com a minha família que é ateu? Em particular, o homem estava a conversar com a sua irmã sobre provas da existência de Deus e ele queria saber como abordar estas coisas.

Gosto da forma como Paul Washer começa a sua resposta, dizendo que nenhuma resposta sobre ciência ou cultura converterá estas pessoas a Cristo, que só o Evangelho o fará. Washer sempre enfatiza que o coração humano não é transformado simplesmente por argumentos intelectuais, mas pelo poder sobrenatural da Palavra de Deus. Ele destaca que a fé não nasce de debates intermináveis, mas da exposição fiel à verdade do Evangelho, que é viva, eficaz e capaz de abrir os olhos espirituais daqueles que ainda caminham na incredulidade.

Se ela tem uma pergunta honesta, como, por exemplo, o que acontece com a evolução? Pode responder a essa pergunta, mas não pense que, ao responder a todas as suas perguntas, a vai conduzir a Cristo. É o poder do evangelho. É sempre o poder do evangelho. E gosto do que Spurgeon e outros têm dito. Com as Escrituras, não é preciso defender as Escrituras, tal como não é preciso defender um leão e deixá-lo sair da gaiola. Ele vai defender-se.

A resposta de Washer nos lembra que, muitas vezes, nós cristãos ficamos ansiosos para convencer as pessoas usando lógica, filosofia, história ou ciência, e, embora estes elementos possam ter algum valor, não são o que realmente transforma um coração. O Evangelho não precisa ser adornado ou defendido como se fosse frágil. Assim como Washer citou, o Evangelho é como um leão: basta abrir a porta. Ele tem poder próprio para convencer, redarguir e salvar.

Também falou de como é importante não parecer um fanático diante de um ateu ou não creyente, dizendo que, se não querem ouvir a mensagem de salvação, devemos simplesmente parar e não os incomodar. Às vezes, insistimos de forma imprudente, misturando o zelo com a falta de sabedoria. Washer recordou a importância da humildade e do respeito, mesmo ao falar de verdades eternas. Evangelizar não é impor; é convidar. E para alguém tão acostumado a tratar o cristianismo como algo absurdo ou extremo, a atitude do mensageiro pode abrir ou fechar portas.

Ele deu o exemplo de uma pessoa ao seu lado num avião, pediu permissão para compartilhar o Evangelho com ele, o homem disse que não, ao que Washer continuou como de costume com a conversação anterior. Não houve irritação, nem desconforto, nem pressão. Ele simplesmente respeitou. No final, o homem pediu desculpa pela forma como o tratou, e isto nos leva a pensar que o homem não se foi embora pensando que nós “evangélicos” somos fanáticos. Pelo contrário, viu um cristão que sabe ouvir, respeitar e amar, mesmo quando a mensagem é rejeitada.

E devemos ter muito cuidado com isto, sabendo até onde podemos pregar a um incrédulo. O Evangelho é precioso demais para ser manipulado com atitudes erradas. Quando nosso comportamento não reflete o caráter de Cristo, o descrente não rejeita apenas nossa mensagem, mas cria barreiras ainda mais profundas contra o cristianismo. Por isso, a sabedoria, o amor e a paciência devem acompanhar toda apresentação da verdade.

Se sabe inglês e quer ouvir ou ler esta pequena mensagem, clique aqui.

Reflexão final

O mais profundo desta mensagem de Paul Washer é que ela nos lembra que evangelizar não é uma batalha intelectual, mas um ato espiritual. Não somos nós que convencemos; é Deus quem abre o entendimento. Podemos plantar, regar, explicar e responder com mansidão, mas somente o Espírito Santo pode transformar um coração de pedra em um coração sensível à verdade. E isso tira um grande peso dos nossos ombros: não precisamos vencer discussões, precisamos ser fiéis ao Evangelho.

Evangelizar familiares ateus é, muitas vezes, doloroso. Queremos que vejam a verdade, queremos que experimentem a graça que experimentamos, mas às vezes o relacionamento se desgasta, a resistência aumenta e a comunicação se torna difícil. A resposta não está em falar mais alto ou com mais insistência, mas em refletir Cristo no dia a dia. A vida que vivemos pode falar mais alto que qualquer argumento. O amor que demonstramos pode quebrar resistências que os discursos não conseguem tocar.

Que esta reflexão nos leve a um equilíbrio sábio: anunciar o Evangelho com coragem, mas viver o Evangelho com humildade. Respeitar os tempos, discernir os momentos, ouvir o Espírito e, acima de tudo, confiar no poder da mensagem que pregamos. O Evangelho não falha. O Evangelho não perde sua força. Nossa responsabilidade é apenas abrir a porta da gaiola e deixar o Leão de Judá fazer aquilo que somente Ele pode fazer.

O perigo da língua
Em Cristo Jesus eu tenho segurança

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