Não seja como eles

Muitos versículos e histórias bíblicas nos instam a entender que vivemos neste mundo mas não pertencemos a ele e devemos ser muito claros quanto a essa ideia, pois não é para esconder que este mundo com o passar dos anos se torna cada vez mais inimigos do que é correto e as coisas de Deus.

E existe uma arma letal com a qual devemos ter cuidado, que é a “inclusão”, por que devemos ter cuidado? Porque às vezes podemos nos parecer muito com o mundo, que então nos tratem como se fôssemos parte deles e que nos conduza a um ambiente onde em vez de eles serem como nós, acabamos por ser como o mundo.

O apóstolo Paulo escreveu:

E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Romanos 12:2

Caro leitor, o que Pablo está lhe dizendo é que as comodidades desse mundo não te façam sentir em uma zona de conforto, senão que você entenda que em meio a tanto entretenimento e aceitação de coisas depravadas, temos que transformar nosso pensamento, não sob o que o mundo diz, mas sob a poderosa Palavra de Deus.

Não sejamos como eles, sejamos como Deus quer que sejamos, e encontramos isso na sua Santa Palavra, na qual podemos compreender a vontade de Deus, que é agradável e perfeita.

Ao analisarmos com serenidade o texto acima, percebemos que Paulo não está apenas dando um conselho superficial, mas um chamado profundo para uma mudança interior real. Ele sabia muito bem que, ao longo dos séculos, a pressão cultural sempre tentaria empurrar o povo de Deus para um molde mundano. Assim acontece hoje: vivemos em uma era onde tudo é normalizado, onde aquilo que antes chocava hoje é celebrado, e onde a verdade é tratada como uma simples opinião.

Quando o apóstolo nos diz para não nos conformarmos, ele está nos lembrando que existe um ritmo próprio do mundo, um fluxo constante que leva para longe dos princípios divinos. Se não estivermos vigilantes, podemos ser levados por essa correnteza sem sequer perceber. Por isso, a advertência de renovar o entendimento é tão necessária: a verdadeira transformação acontece de dentro para fora, quando permitimos que a mente seja moldada por Deus e não pelas tendências passageiras.

A chamada “inclusão”, palavra tão usada em nossos dias, pode ser mal interpretada. Embora devamos amar o próximo e estender graça, não podemos confundir amor com aceitação incondicional de práticas que Deus condena em Sua Palavra. O perigo está exatamente aí: quando tentamos nos adaptar para não desagradar ninguém, acabamos diluindo a verdade e nos tornando semelhantes ao mundo. O cristão não foi chamado para diluir a verdade, mas para refletir a luz em meio às trevas.

Jesus mesmo disse que Seus discípulos seriam odiados por causa da verdade. Isso já nos deixa claro que a caminhada cristã não é sobre agradar à sociedade, mas sobre obedecer a Deus. Em um mundo onde tudo vira motivo de cancelamento, é preciso firmeza espiritual para permanecer fiel aos princípios bíblicos. Renovar o entendimento, portanto, também significa reconhecer os perigos sutis da modernidade: entretenimentos que afastam do foco, ideologias que relativizam o pecado, e discursos que tentam moldar nossa fé conforme o desejo popular.

Devemos lembrar que o cristão é chamado para ser sal e luz. O sal conserva, a luz revela. E nenhum dos dois se mistura ao ambiente ao ponto de perder sua essência. Quando entendemos isso, compreendemos por que Paulo insiste tanto na transformação da mente. É através dessa renovação contínua que descobrimos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus — uma vontade que não nos aprisiona, mas nos liberta; que não nos limita, mas nos direciona para uma vida de propósito.

Por fim, querido leitor, viver neste mundo sem pertencer a ele é um desafio diário. Mas, através da Palavra, da oração e de uma mente renovada, é possível permanecer firme. Não se trata de isolamento, mas de identidade: somos luz em meio à escuridão, e onde há luz, as trevas não prevalecem. Guardemos esta verdade no coração e caminhemos, não conforme o curso deste mundo, mas conforme a vontade de Deus.