Artigos Cristãos

Louvor pelos feitos poderosos de Deus

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O Salmo 66 é, sem dúvida, um dos salmos mais inspiradores da Bíblia, uma composição que eleva a alma à adoração e nos lembra, com vigor e alegria, o poder e a bondade de Deus. Escrito por Davi, este salmo nos convoca a louvar profundamente ao Senhor por suas maravilhas e por tudo aquilo que Ele tem feito ao longo da história — tanto na vida do Seu povo como na nossa. É um salmo que nos incita a reconhecer a grandeza de Deus, a sustentar um coração agradecido e a glorificá-lo diariamente, desde as coisas mais simples, como o ar que respiramos, até o mais grandioso dos feitos: Cristo morreu por nossos pecados e nos redimiu. Esta é, por si só, uma razão eterna para louvar a Deus, não é verdade?
Vejamos o que diz o Salmo 66:

1 Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras.
2 Cantai a glória do seu nome, dai glória em seu louvor.
3 Dizei a Deus: Quão tremendas são as tuas obras! pela grandeza do teu poder te lisonjeiam os teus inimigos.
4 Toda a terra te adorará e te cantará louvores; eles cantarão o teu nome.
5 Vinde, e vede as obras de Deus; ele é tremendo nos seus feitos para com os filhos dos homens.
6 Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos alegramos nele.
7 Ele governa eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as nações; não se exaltem os rebeldes.
8 Bendizei, povos, ao nosso Deus, e fazei ouvir a voz do seu louvor;
9 ao que nos conserva em vida, e não consente que resvalem os nossos pés.
10 Pois tu, ó Deus, nos tens provado; tens nos refinado como se refina a prata.
11 Fizeste-nos entrar no laço; pesada carga puseste sobre os nossos lombos.
12 Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, mas nos trouxeste a um lugar de abundância.
13 Entrarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos,
14 votos que os meus lábios pronunciaram e a minha boca prometeu, quando eu estava na angústia.
15 Oferecer-te-ei holocausto de animais nédios, com incenso de carneiros; prepararei novilhos com cabritos.
16 Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que ele tem feito por mim.
17 A ele clamei com a minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua.
18 Se eu tivesse guardado iniquidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido;
19 mas, na verdade, Deus me ouviu; tem atendido à voz da minha oração.
20 Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem retirou de mim a sua benignidade.

Neste salmo, Davi nos convida não apenas a louvar, mas a recordar. Ele faz uso da história de Israel para reforçar a grandiosidade das obras de Deus: “Converteu o mar em terra seca” (v. 6) — uma clara alusão à travessia do Mar Vermelho, quando o povo foi libertado da escravidão no Egito. Ele também menciona os momentos de dor, provações e opressão, mas nunca de forma derrotista. Antes, Davi destaca que Deus os “refinou como a prata” (v. 10) e os levou a um “lugar de abundância” (v. 12). Um lembrete de que Deus usa até as adversidades para moldar nosso caráter, fortalecer nossa fé e nos conduzir a um destino de bênção.

Observe que Davi não só conclama o povo a louvar, mas ele mesmo faz um voto: “Pagar-te-ei os meus votos” (v. 13). Ele tinha entendido que a gratidão não é apenas uma emoção; é ação. Louvar a Deus não significa apenas cantar com a boca, mas viver com um coração comprometido com Ele, disposto a honrá-lo em tudo — seja no culto, seja na vida diária.

É interessante notar que o Salmo 66 termina com um testemunho pessoal: “Vinde, e ouvi… e eu contarei o que ele tem feito por mim” (v. 16). Este é outro aspecto fundamental da fé cristã: testemunhar. Assim como o povo de Israel transmitia de geração em geração as histórias das maravilhas de Deus, nós também somos chamados a contar aos outros aquilo que o Senhor tem feito em nossas vidas. Isso fortalece nossa fé e inspira outros a confiar em Deus.

Infelizmente, vivemos em uma época em que muitos pais se esquecem de ensinar aos seus filhos as obras poderosas de Deus. No contexto hebreu, relembrar as maravilhas do Senhor era parte central da educação. Havia o mandamento de ensinar “aos seus filhos e aos filhos de seus filhos” tudo aquilo que Deus fez. Porém, nos tempos atuais, muitas vezes falhamos nisso. Preferimos dar a nossos filhos entretenimento, conforto, ou sucesso material, e negligenciamos o ensino espiritual. No entanto, é nossa responsabilidade mostrar quem Deus é, ensinar como Ele tem sido fiel — não só na história bíblica, mas também na nossa própria vida.

Que possamos, como Davi, declarar: “Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem retirou de mim a sua benignidade” (v. 20). Que nossa vida seja marcada por louvor e gratidão. Que tenhamos um coração que reconhece o agir do Senhor, tanto nos dias bons quanto nos dias difíceis. E que não percamos a oportunidade de transmitir essas verdades à próxima geração.

Que hoje, ao meditar neste salmo, possamos abrir a boca com brados de júbilo, como diz o verso 1, lembrando que Deus é digno de toda glória, honra e louvor. Ele é tremendo nos seus feitos. Ele nos sustenta, nos molda e nos abençoa. Louvemos ao Senhor, com alegria e temor. Que sua graça seja sempre o nosso canto.

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