Aquele que confia em suas riquezas cairá

Uma das coisas que podem nos fazer cair e mudar rapidamente é o amor exagerado pelas coisas materiais, pois quando o coração se apega somente ao que é terreno, o homem corre o risco de esquecer-se de Deus, de colocar sua confiança naquilo que passa e, por fim, de pecar.

A Bíblia não condena a posse de dinheiro ou de bens materiais. O problema não está em ter, mas em permitir que essas coisas dominem o coração. Existem muitos que, ao alcançar riquezas, mudam completamente o seu comportamento: tornam-se arrogantes, egoístas, distantes de Deus e passam a viver como se fossem autossuficientes. Esquecem-se de que tudo o que possuem lhes foi concedido pelo Senhor e passam a pensar apenas no que acumulam, acreditando falsamente que essas riquezas serão sua salvação e que jamais terão fim.

A diferença do justo é que ele sabe administrar o que possui. Ele recebeu de Deus não apenas bens, mas sabedoria para lidar com eles. O justo não tem o coração voltado para a vaidade ou para o brilho das riquezas, porque entende que o verdadeiro Dono de todas as coisas é Deus. Ele reconhece que, se o Senhor permitiu que ele possuísse algo, então o próprio Deus também o ajudará a administrar, a usar corretamente e a não deixar que aquilo se torne um ídolo em sua vida.

É exatamente sobre essa atitude do coração que o livro de Provérbios nos adverte:

Aquele que confia nas suas riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como a rama.

Provérbios 11:28

Salomão, o homem mais sábio que já existiu além de Cristo, compreendia profundamente o perigo de colocar a confiança em riquezas. Ele sabia que tudo o que é material é frágil, passageiro e facilmente removido. Por isso, ele nos alerta com firmeza: se o coração de alguém está firmado apenas no dinheiro, esse alguém certamente cairá. Pode até prosperar por um tempo, mas seu fim será triste, porque sua base não está em Deus, e sim em algo que pode desaparecer em um instante.

Muitos, ao acumularem bens, acreditam ter alcançado segurança eterna, mas essa é uma falsa sensação de estabilidade. Basta um desastre, uma enfermidade, uma crise econômica ou um acontecimento imprevisto para que tudo mude da noite para o dia. A confiança colocada em qualquer coisa que não seja o Senhor inevitavelmente levará à frustração.

Mas o texto também nos traz esperança ao revelar a condição daqueles cuja confiança está em Deus. A Bíblia diz que “os justos reverdecerão como a rama”. Essa é uma imagem poderosa. Assim como um ramo verde indica vida, crescimento, vitalidade e fruto, assim também é a vida daquele que não deposita sua confiança na riqueza, mas no Deus que é fonte de todas as coisas.

O justo não vive ansioso com o amanhã, porque sabe que seu sustento vem do céu. Não se desespera quando perde algo material, porque sua esperança não está nas coisas da terra, mas nas promessas eternas do Senhor. Ele vive com os pés na terra, mas com os olhos no céu, sabendo que a verdadeira riqueza está nas mãos de Deus, nas moradas eternas que Ele preparou para os seus.

O justo floresce porque sua fonte é inesgotável. Ele não se apoia em algo que pode desaparecer, mas em um Deus que é imutável, eterno e fiel. Aquele que confia no Senhor permanece firme, cresce espiritualmente, é renovado e prospera naquilo que realmente importa: na fé, na graça, na obediência e na comunhão com Deus.

Portanto, aprendamos com essa profunda lição de Provérbios. Que nosso coração esteja sempre guardado do amor às riquezas, que possamos usar o que Deus nos dá com sabedoria e generosidade, e que nossa confiança esteja sempre no Senhor, que promete sustentar, fortalecer e fazer florescer todos os que nele esperam.