Artigos Cristãos

Amor fraternal e hospitalidade

Amor fraternal e hospitalidade

O que é amor fraternal? No dicionário da língua portuguesa, a palavra “fraternal” significa: “próprio de irmãos”. Já nas Escrituras, esse termo carrega ainda mais riqueza, pois deriva da palavra grega *filadélfia*, que descreve um tipo de afeto profundo, leal e sincero, semelhante ao amor existente entre irmãos de sangue. Em outras palavras, é um amor que une, que sustenta, que fortalece e que se expressa por meio de cuidado mútuo. Entendida essa definição, é nesse tipo de amor que o autor da carta aos Hebreus nos convida a perseverar. A Bíblia não apresenta o amor fraternal como um simples sentimento, mas como um chamado constante para viver de forma prática o amor de Cristo.

1 — Seja constante o amor fraternal. 2 — Não se esqueçam da hospitalidade; foi praticando-a que, sem o saber, alguns acolheram anjos. 3 — Lembrem-se dos que estão na prisão, como se aprisionados com eles; dos que estão sendo maltratados, como se vocês mesmos estivessem sendo maltratados.

Hebreus 13:1-3

A primeira instrução do autor é simples, direta e inegociável: “Seja constante o amor fraternal”. O amor fraternal não deve ser ocasional, limitado a dias bons ou condicionado às nossas emoções; ele deve ser constante, contínuo e firme. Assim como o amor entre irmãos de sangue atravessa conflitos, falhas e dificuldades, também o amor cristão deve permanecer firme para além das imperfeições humanas. Somos chamados a amar não apenas aqueles que nos fazem bem, mas todos os que pertencem ao corpo de Cristo, demonstrando carinho, compreensão, paciência e serviço.

Esse amor é tão profundo que Jesus disse que a marca dos Seus discípulos não seria o conhecimento, tampouco dons extraordinários, mas sim o amor (João 13:35). Quando somos capazes de amar como Ele amou — de forma sacrificial e sincera — demonstramos ao mundo quem realmente somos. Afinal, nunca houve amor maior do que o amor de nosso Salvador, que entregou Sua vida por nós.

No segundo versículo, o autor dos Hebreus acrescenta outra característica essencial do amor cristão: a hospitalidade. Ser hospitaleiro significa ser acolhedor, receptivo, generoso com aqueles que chegam até nós, sejam conhecidos ou estranhos. A hospitalidade bíblica não é apenas “abrir a porta de casa”, mas abrir o coração. É atender pessoas com bondade, oferecer cuidado, tempo e atenção. As Escrituras enfatizam a importância da hospitalidade repetidas vezes. Lembramos, por exemplo, de Abraão e Ló, que receberam anjos sem sequer saberem. A hospitalidade, portanto, não é um simples gesto social; é uma expressão poderosa do amor cristão.

Em seguida, o texto nos chama a lembrar dos que estão presos — não apenas como uma lembrança distante, mas com empatia profunda, como se estivéssemos presos junto com eles. No contexto da igreja primitiva, muitos cristãos foram encarcerados por causa da fé. Eles eram perseguidos, açoitados, e tratados como criminosos por professarem o nome de Cristo. O autor nos chama a sentir suas dores, a lembrar suas necessidades e a agir em favor deles com verdadeiro amor fraternal. Não é apenas sobre compaixão, mas sobre identificação: sofrer com os que sofrem e alegrar-se com os que se alegram.

Esse tipo de amor fraternal só pode ser vivido plenamente por aqueles que foram transformados pelo Espírito Santo. É um amor que rompe barreiras, supera diferenças e reflete o caráter de Cristo em nós. Ele nos chama a estender a mão, repartir o que temos, consolar, ajudar, visitar, sustentar e orar pelos irmãos.

Caros irmãos, amemo-nos uns aos outros no amor de Cristo. Que o nosso amor fraternal seja constante, nossa hospitalidade sincera e nossa empatia verdadeira. Que vivamos diariamente esse chamado, lembrando que fomos amados por Deus primeiro, e é desse amor que fluem todas as demais virtudes cristãs.

Oração pelo perigo da língua enganadora
Que adianta ganhar o mundo inteiro se você perder sua alma?

Sair da versão mobile