Isaías, o profeta do Senhor, nos mostra uma das visões mais sublimes de toda a Escritura: a adoração incessante prestada pelos serafins diante do Deus Todo-Poderoso. É uma cena majestosa, profundamente espiritual, que revela quem Deus é em Sua essência. Diante Dele, não bastava declarar “santo” apenas uma vez; a santidade divina é tão absoluta, tão infinita, tão perfeita, que os serafins tinham de proclamá-la continuamente, repetidas vezes, como se nenhuma expressão humana ou angelical fosse suficiente para descrever Aquele que é totalmente santo.
A santidade de Deus é intrínseca ao Seu ser. Não é algo que Ele simplesmente possui — é quem Ele é. Todas as Suas ações, Seus decretos e Seu governo sobre as nações fluem dessa santidade eterna. O Seu poder estende-se sobre todas as coisas, e o Seu domínio alcança todos os reinos da terra, visíveis e invisíveis. Isaías contempla algo tão grandioso que afirma que toda a terra está cheia da Sua glória. Não há lugar onde Sua presença não alcance, não há canto da criação onde Sua majestade não se manifeste. Seu amor é santo, Sua justiça é santa, Sua misericórdia é santa, e tudo o que procede Dele reflete essa pureza perfeita.
Os serafins que rodeavam o trono do Senhor tinham uma perspectiva mais elevada do que a de Isaías. Com seis asas, como descreve o próprio profeta — duas cobrindo o rosto, duas cobrindo os pés e duas para voar — esses seres celestiais adoravam o Senhor sem cessar. Eles contemplavam um nível de glória que o homem, em sua condição terrena, não pode suportar plenamente. Por isso, Isaías, ao ver essa visão, sentiu-se completamente indigno e cego diante de tão grande esplendor.
Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
Isaías 6:3
A repetição tripla do termo “Santo” não é casual. No hebraico bíblico, repetir uma palavra três vezes é o superlativo supremo, significando que Deus não é apenas santo, mas santíssimo, infinitamente santo. O Seu poder e a Sua glória não se limitam aos Céus; eles se estendem por toda a terra, preenchendo cada espaço com Sua presença. Quando esses anjos clamam, o ambiente inteiro muda. O templo treme, a fumaça enche o lugar, e a santidade do Senhor se espalha como fogo purificador.
Se os serafins, que jamais pecaram, adoram o Senhor com tal reverência e fervor, quanto mais nós, que fomos resgatados pelo sangue do Cordeiro, deveríamos adorá-Lo com tudo o que somos? Será que esses anjos têm mais motivos para agradecer e louvar o Deus Todo-Poderoso do que nós? Absolutamente não. Eles adoram porque contemplam Sua glória; nós adoramos porque, além disso, experimentamos Sua graça, Seu perdão e Seu imenso amor demonstrado quando Cristo morreu por nós na cruz — mesmo quando vivíamos em nossa maldade.
A visão de Isaías nos convida a uma reflexão profunda: como estamos adorando? Será que cantamos ao Senhor apenas com os lábios ou com todo o coração? Será que reconhecemos a glória divina que enche toda a terra? A adoração verdadeira exige rendição, reverência, reconhecimento da santidade de Deus e consciência de quem somos diante Dele.
Povo, tribo e nação; terra, mar e céu; montes, vales e florestas; famílias, igrejas e todos os que respiram — cantai e adorai o Senhor, porque a Sua glória cobre tudo. A natureza proclama a Sua majestade, os céus anunciam a obra de Suas mãos e os redimidos testificam do Seu amor eterno.
Adoremos Aquele que vive para sempre, o único digno de honra, glória, poder e majestade. Que o nosso coração esteja alinhado com o clamor dos serafins, ecoando eternamente: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos. Toda a terra — inclusive nossas vidas — está cheia da Sua glória. Bendito seja Ele para sempre.