O Senhor Jesus Cristo pagou um preço indescritível por nosso resgate. Ele entregou Sua vida na cruz, sofrendo humilhação, dores físicas, insultos e o peso dos nossos pecados, tudo por amor a nós. Esse sacrifício não apenas nos salvou, mas também nos fez propriedade exclusiva de Cristo. Não pertencemos mais a nós mesmos, pois Ele nos comprou com Seu próprio sangue. Por isso o apóstolo Paulo afirmou com tanta convicção: “Quem foi chamado sendo livre, é servo de Cristo” (1 Coríntios 7:22, parte B). Em outras palavras, a verdadeira liberdade que recebemos em Cristo nos torna voluntariamente submissos ao Seu senhorio.
No entanto, a igreja do primeiro século enfrentava muitos problemas similares aos que vemos hoje. Os cristãos de Roma, por exemplo, tinham opiniões diferentes sobre temas secundários: alimentos, dias especiais, tradições herdadas e outras questões que não afetavam o núcleo da fé. Porém, essas diferenças estavam criando divisões, julgamentos injustos e discussões desnecessárias dentro da igreja. Paulo, como um pastor cuidadoso, escreve a eles para lembrá-los daquilo que realmente importa: Cristo morreu e ressuscitou por todos, e nenhum deles tinha o direito de julgar o outro por questões que não afetavam a doutrina central do evangelho.
Paulo os lembra de uma verdade profunda:
7 Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si.
8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.
9 Foi para isto que morreu Cristo e tornou a viver: para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos.
Romanos 14:7-9
Essas palavras atingem diretamente nosso coração, porque nos recordam da essência do cristianismo: nossa vida não pertence mais a nós. Tudo o que somos e tudo o que fazemos deve estar submetido ao Senhorio de Jesus Cristo. Nós vivemos para Ele, respiramos para Ele, servimos para Ele e até quando morremos, morremos Nele e com esperança Nele. Esse é o motivo pelo qual não devemos viver tentando impor nossas opiniões ou julgando o irmão em questões periféricas; afinal, todos nós pertencemos ao mesmo Senhor e todos prestaremos contas diante do mesmo Juiz justo.
As Escrituras reforçam essa verdade em diversos trechos: somos ovelhas do Seu pasto, somos pedras vivas edificadas para Sua glória, somos soldados de Cristo, embaixadores do Reino e servos comprados por um alto preço. São imagens que descrevem uma mesma realidade espiritual: Cristo é nosso dono, e nós somos Dele. Por isso, não devemos caminhar segundo a nossa vontade, mas segundo a vontade de Deus. Quando esquecemos disso, tendemos a agir com egoísmo, arrogância e julgamento; quando lembramos disso, somos movidos a amor, humildade e serviço.
Querido irmão, querida irmã: nós pertencemos ao Senhor. Essa verdade deve moldar nossas atitudes, nossas palavras, nossos relacionamentos e nossas convicções. Se somos Dele, devemos viver para agradá-Lo e não para agradar a nós mesmos. Devemos buscar a paz, edificar uns aos outros e lembrar que este mundo é passageiro. Todas as suas glórias, riquezas e discussões vão desaparecer. Mas nós, que somos do Senhor, permaneceremos para sempre com Ele, porque fomos comprados por um preço eterno.
Vivamos, portanto, com a consciência de que pertencemos ao Rei dos reis, e que nossa vida deve refletir essa verdade todos os dias.