A Bíblia nos ordena que sejamos sóbrios, e essa palavra é usada para significar que não devemos ficar entusiasmados com as coisas deste mundo, mas sim que devemos viver uma vida sabendo que a vinda do Senhor está próxima e que não deve ser uma surpresa para nós como para aqueles que não O conhecem. A sobriedade espiritual é um estado de vigilância, de clareza mental e de discernimento, pois quem vive adormecido espiritualmente, preso às distrações terrenas, corre o risco de ser surpreendido no momento mais importante da história humana: o retorno glorioso de Cristo. O apóstolo Paulo é firme ao lembrar que nossa caminhada cristã não deve ser marcada por descuidos, mas por uma consciência constante de que pertencemos ao Senhor e de que nossa esperança está firmada na Sua promessa eterna.
Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo a couraça da fé e do amor e o capacete da esperança da salvação.
1 Tessalonicenses 5:8
Paulo, em Tessalonicenses capítulo 5, falou do “dia do Senhor”, fazendo-os entender que naquele grande dia Jesus virá como ladrão de noite; porém, isso ocorrerá apenas para aqueles que vivem nas trevas, para os que caminham sem Deus e sem direção. Para esses, a vinda de Cristo será inesperada e assustadora, porque suas vidas estão construídas sobre areia, sem fundamento sólido. Entretanto, para nós que somos filhos da luz, essa vinda não deve ser motivo de medo ou surpresa. Pelo contrário, deve ser motivo de esperança, de preparação e de confiança, pois vivemos na expectativa consciente de que o nosso Redentor voltará.
A mensagem de Paulo é clara: quem pertence ao dia deve andar como tal. Isso significa viver de forma coerente com a fé que professamos, mantendo o coração firme na verdade do evangelho e rejeitando todo comportamento que nos afaste de Deus. Em meio a um mundo imerso no pecado, devemos ser sábios, sóbrios, não nos apegando às coisas que o mundo nos oferece, mas lembrando diariamente que tudo aqui é temporário. A riqueza, a fama, os prazeres e os desejos passageiros podem até parecer atrativos, mas nada disso tem valor diante da eternidade que nos aguarda com Cristo.
Por isso, a ordem bíblica é que nos revistamos da “couraça da fé e do amor”. A fé nos mantém firmes quando as dúvidas se levantam, quando as lutas chegam e quando o inimigo tenta nos abalar. Já o amor nos conduz a uma vida de humildade, serviço e compaixão, pois quem ama verdadeiramente demonstra, em suas ações, o caráter de Cristo. A couraça protege o peito, onde está o coração; assim, Paulo mostra que nossa fé e nosso amor precisam proteger aquilo que é mais sensível em nós: nossos afetos, nossos desejos e nossas motivações.
Além disso, ele menciona o “capacete da esperança da salvação”, uma peça que protege a mente. Isso é extremamente significativo, pois é na mente que travamos algumas das maiores batalhas espirituais. O inimigo sabe que, se conseguir confundir nossos pensamentos, pode enfraquecer nossa fé. Por isso, a esperança da salvação deve estar constantemente guardando nossa mente, lembrando-nos de que, independente das circunstâncias, somos salvos em Cristo e aguardamos um futuro glorioso com Ele. Essa esperança não é algo incerto, mas uma convicção firme baseada na fidelidade de Deus.
Ó amado leitor, a verdade é que Cristo virá em breve, e devemos confiar fortemente nessa promessa poderosa. Essa expectativa não deve gerar medo, mas sim alegria e reverência, porque aguardamos o dia em que estaremos livres de toda dor, sofrimento e injustiça. Devemos viver cada dia com o coração voltado para essa promessa, buscando nos fortalecer na Palavra, na oração e na comunhão com os irmãos. A vida cristã é uma corrida que exige perseverança, e a esperança do retorno de Cristo é o combustível que nos anima a continuar firmes.
Que cada momento da nossa caminhada seja marcado pela certeza de que, um dia, estaremos por toda a eternidade dando glória ao único Deus soberano. Que vivamos com sobriedade, fé, amor e esperança, lembrando sempre que somos do dia, e que a luz de Cristo deve brilhar em nós até o fim.