A reflexão de hoje é baseada no ensinamento de Jesus registrado em Mateus 18:1-5:
1- Naquela hora chegaram-se a Jesus os discípulos e perguntaram: Quem é o maior no reino dos céus?
2- Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles,
3- e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.
4- Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.
5- E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe.
A cena descrita aqui revela uma preocupação muito humana: a busca por status e reconhecimento. Os discípulos, convivendo com o próprio Filho de Deus, ainda estavam preocupados em saber qual deles ocuparia a maior posição no reino dos céus. Essa inclinação pelo prestígio não é exclusiva deles — até hoje, no coração de muitos cristãos, há um desejo latente por reconhecimento, por ser visto como importante ou espiritual.
Nos relatos paralelos de Marcos 9:33-37 e Lucas 9:46-48, lemos que os discípulos tiveram uma discussão sobre quem seria o maior. Jesus, conhecendo seus pensamentos, resolve ensinar-lhes um princípio eterno utilizando uma imagem muito simples: uma criança. Ele coloca uma criança no meio deles e diz que, se não se tornarem como ela, não entrarão no reino dos céus — muito menos poderão ser grandes nele.
48 e disse-lhes: Qualquer que receber esta criança em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que me receber a mim, recebe aquele que me enviou; pois aquele que entre vós todos é o menor, esse é grande. (Lucas 9:48)
A última parte do verso 48 de Lucas 9 chama profundamente a nossa atenção: “pois aquele que entre vós todos é o menor, esse é grande.” Isso contraria completamente a lógica humana. Em nosso mundo, quanto mais posição, poder e reconhecimento alguém tem, maior ele é. Mas Jesus nos ensina que o verdadeiro caminho para grandeza é o oposto: para sermos grandes lá, precisamos ser pequenos aqui.
No reino de Deus, grandeza não está ligada à exibição de dons, nem à quantidade de obras feitas, nem ao nível de autoridade que se possui, mas sim à humildade. Por isso Jesus faz da criança um exemplo: não há nada mais simples, dependente e despretensioso do que uma criança. Ela não vive buscando grandeza própria, nem pretende dominar os outros — ao contrário, confia, aprende, busca amor e se submete. Esse é o tipo de coração que Deus deseja ver em Seus filhos.
Infelizmente, muitos crentes hoje acreditam que são grandes porque alcançaram certo reconhecimento, posições de liderança ou notoriedade diante dos homens. Mas se esquecem da advertência de Jesus em Mateus 23:12: “aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.” No reino de Deus, o ego é um obstáculo, não um mérito. Grandes são aqueles que servem, que amam, que se põem à disposição dos outros com humildade sincera, motivados pelo amor de Cristo, e não pela busca de honra pessoal.
Amado irmão ou irmã que lê esta reflexão: nunca esqueça que quanto mais pequenos formos diante de Deus e dos homens, maiores seremos no céu. Deus exalta os humildes e dá graça aos que não confiam em si mesmos, mas dependem completamente Dele. Que o nosso coração esteja livre da vaidade espiritual. Que vivamos com a simplicidade de uma criança, servindo com amor, sem competir, sem comparar, sem desejar ser o maior — mas simplesmente desejando agradar ao Senhor.
Que o exemplo de Jesus e a lição da criança nos guiem hoje e todos os dias em nossa caminhada cristã. E que a nossa vida reflita um espírito humilde, de amor e serviço. Pois, como disse o Mestre, quem assim proceder, esse sim será grande no reino dos céus.