Este é o caráter transitório da vida dos seres humanos: somos frágeis, limitados e, muitas vezes, inclinados ao erro. A nossa natureza, quando não é guiada pelo Espírito de Deus, facilmente nos conduz a atitudes impensadas. O caráter das pessoas e o falar desenfreado, sem reflexão e sem sabedoria, podem rapidamente nos levar a expressar palavras desordenadas, ofensivas e perigosas, palavras que ferem, destroem e nos fazem pecar contra Deus. A língua é pequena, mas tem um poder imenso, e por isso a Bíblia fala repetidamente sobre o cuidado que devemos ter ao falar.
Aquele que não tem freio na língua receberá cedo ou tarde o seu castigo. A Palavra nos alerta que a língua é como uma espada afiada, capaz de causar danos profundos. Por isso devemos manter sempre em mente que o Senhor, desde o princípio, quis nos conduzir pelo caminho certo, afastando-nos de todo o pecado e de tudo o que pode nos desviar da Sua verdade. Deus deseja que nossas palavras reflitam pureza, edificação, sabedoria, amor e justiça.
Se com repreensões castigas alguém, por causa da iniquidade, logo destróis, como traça, a sua beleza; de sorte que todo homem é vaidade. (Selá)
Salmos 39:11
O Deus Todo-Poderoso é aquele que castiga os pecadores, principalmente aqueles que permitem que sua língua se torne instrumento de destruição. Pessoas cujas palavras são motivadas pela maldade, pela injustiça, pela fofoca, pelo engano ou pela mentira não passam despercebidas aos olhos do Senhor. A Bíblia diz que daremos conta de cada palavra inútil que dissermos, e isso mostra a seriedade com que Deus trata o assunto da fala.
É por isso que vemos as palavras do salmista quando ele diz no início deste salmo: “Eu disse: Guardarei os meus caminhos para não delinquir com a minha língua.” Davi compreendia que o controle da língua era essencial para uma vida reta diante de Deus. Ele sabia que falar sem pensar era cair rapidamente em erro. Suas palavras mostram consciência, prudência e temor do Senhor.
David sabia que a língua de um homem deve ser sujeita, disciplinada e dominada. Quando a língua não tem freio, o pecado entra facilmente na vida dessa pessoa e se espalha rapidamente. Palavras impensadas podem criar feridas profundas em outras pessoas, gerar contendas, destruir amizades, romper relacionamentos e até afastar alguém da fé. Quando a língua não é vigiada, ela se torna porta de entrada para muitos males. Por isso Davi declarou sua intenção de vigiar seus caminhos e guardar sua boca com um freio espiritual.
A Bíblia fala que da mesma boca não podem sair bênção e maldição. Um coração transformado por Deus deve produzir palavras que reflitam essa transformação. E se alguém percebe que sua língua costuma fugir ao controle, então deve buscar ao Senhor em oração, pedindo domínio próprio, prudência e sabedoria. A língua não é domada pela força humana, mas pela ação contínua do Espírito Santo.
Atentemos a este chamado e conselho do salmista Davi. Devemos manter a nossa língua sujeita para não pecar com ela. Não devemos permitir que a raiva, a impulsividade, o orgulho ou a falta de sabedoria governem a nossa fala. Cada palavra deve ser pensada, pesada e filtrada pela graça de Deus. Quem não fizer isso coloca sua vida espiritual em grande perigo, pois Deus observa atentamente o que sai da boca dos homens.
Lembremos também que as palavras têm poder para construir ou destruir. Uma palavra dita no momento errado pode arruinar anos de confiança. Da mesma forma, uma palavra certa pode trazer cura, consolo, esperança e restauração. A língua deve ser usada para abençoar e não para ferir. Deus castiga os pecadores, e isso inclui aqueles que usam a língua para praticar o mal.
Portanto, que cada um de nós busque sabedoria diante do Senhor. Oremos para que nossas palavras sejam sempre agradáveis, temperadas com graça, e que reflitam a bondade e a santidade de Deus. Que possamos ser conhecidos não pelo falar impulsivo, mas por sermos pessoas que falam com amor, verdade e prudência. Assim, evitaremos o pecado e viveremos de maneira que agrada ao Senhor.