O amor pelo dinheiro é algo profundamente perigoso e destrutivo na vida humana. Não estamos a falar simplesmente de possuir bens ou trabalhar honestamente para ter o sustento diário, mas daquele apego doentio que transforma o dinheiro em um ídolo. Há pessoas cujo “deus” é o dinheiro, e que, cegas pela ganância, chegam ao ponto de fazer atrocidades, explorando outros, enganando, prejudicando inocentes e até vendendo aquilo que têm de mais valioso apenas para acumular mais riquezas. Este é um caminho de corrupção espiritual que afasta completamente o homem da presença de Deus.
Ter dinheiro não é pecado. A Bíblia não condena a prosperidade, o trabalho ou o esforço para melhorar de vida. O problema começa quando o dinheiro deixa de ser uma ferramenta e se torna o centro do coração. Esse amor desordenado é o que leva as pessoas a praticar injustiças, a semear tristeza e a colocar suas esperanças em coisas passageiras. Quando alguém passa a amar o dinheiro, sua mente e seu coração se fecham para o bem; tudo gira em torno de ter, acumular e possuir cada vez mais.
É bom ter bens materiais, e Deus mesmo abençoou muitas pessoas na Bíblia com prosperidade. Contudo, devemos lembrar que tudo o que existe debaixo do sol é vaidade. Um dia desceremos à sepultura e nada levaremos desta vida. Muitos trabalham incansavelmente para acumular riquezas, mas nunca desfrutam verdadeiramente do fruto de seu trabalho. Quanto mais o ser humano tem, mais deseja. Esse ciclo nunca termina, e é por isso que tantos vivem escravizados pela ganância, sem paz e sem contentamento.
A Bíblia nos alerta com firmeza para termos cuidado com essa armadilha mortal. Uma vez que o coração se torna amante do dinheiro, torna-se muito difícil quebrar esse laço. Trata-se de uma vaidade profunda, um engano que promete muito, mas que no final deixa vazio, cansado e distante de Deus.
No livro de Eclesiastes encontramos uma advertência clara sobre o amor pelo dinheiro:
O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade.
Eclesiastes 5:10
Salomão, o autor destas palavras, foi um dos homens mais ricos da história. Ele tinha ouro, prata, propriedades, servos e tudo o que alguém poderia desejar. No entanto, ele compreendeu uma grande verdade: se colocasse o coração apenas nas riquezas, seria consumido por elas. Ele sabia que a riqueza não satisfaz a alma, não preenche o vazio interior e não traz contentamento real. Muitos homens e mulheres hoje fazem exatamente o contrário: depositam toda a sua esperança na riqueza e acabam colhendo frustração.
O amor pelo dinheiro é tão prejudicial que Paulo afirmou que ele é “a raiz de todos os males”, pois leva o homem a se desviar da fé e a sofrer dores. A ganância cega, endurece o coração, afasta da justiça e coloca a pessoa em um caminho perigoso de autodestruição espiritual e emocional.
Portanto, irmãos em Cristo Jesus, sejamos vigilantes. Não imitemos aqueles que vivem exclusivamente para acumular, para ter mais, para ostentar. Não permitamos que a riqueza se torne o centro da nossa existência. Quando o coração se fixa apenas em possuir, ele se torna escravo, e a escravidão ao dinheiro é uma das mais cruéis, pois nunca satisfaz.
O que devemos fazer então? Devemos olhar para o Senhor, buscar primeiro o Seu reino e confiar que Ele nos dará tudo o que precisamos. Trabalhemos, sejamos responsáveis, administremos com fidelidade o que Deus nos dá, mas sem transformar a riqueza em ídolo. Peçamos a Deus que nos cubra e nos livre de toda vaidade, para que o dinheiro não seja uma armadilha, mas apenas uma ferramenta usada com sabedoria e honestidade.
Que o Senhor nos dê um coração simples, contente e generoso. Que aprendamos a viver com gratidão, sem cobiça, sabendo que nossa verdadeira riqueza está em Cristo Jesus, Aquele que nos dá uma herança eterna que nenhum dinheiro pode comprar.