No Salmo 37, Davi fala profundamente sobre o caminho dos homens maus. Logo no início desse capítulo, podemos ver a clareza com que o salmista descreve a conduta dos ímpios, exortando o povo de Deus a não se inquietar por causa deles nem tampouco invejar o aparente avanço de pessoas que vivem longe dos caminhos do Senhor. Davi conhecia bem o coração humano, pois enfrentou diversos conflitos internos e externos, e foi justamente por essas experiências que pôde ensinar com tanta autoridade sobre o destino dos ímpios e sobre a fidelidade de Deus para com os justos.
A conduta do homem ímpio era completamente diferente da do justo. Enquanto o justo andava com integridade e buscava agradar ao Senhor, o ímpio vivia segundo seus próprios desejos, sem temor a Deus. Por isso, o salmista aconselha que não sejamos impacientes por causa dos homens maus nem tenhamos inveja deles, ainda que, aos olhos humanos, pareça que estão prosperando. Davi assegura que essa prosperidade não dura, pois aqueles que plantam injustiça não podem colher paz. Mais cedo ou mais tarde, o fim do ímpio é destruição, porque seus frutos não são bons e sua vida é guiada por um coração endurecido.
A grande diferença entre o homem justo e o ímpio está em suas atitudes diárias. O justo tem misericórdia, é honesto, teme ao Senhor e dá generosamente, enquanto o ímpio toma emprestado e não paga, prejudicando os outros por causa de sua má conduta. Isso revela a essência de cada coração: o justo reflete o caráter de Deus, mas o ímpio manifesta a corrupção de sua natureza caída. Davi deixa claro que não são apenas ações isoladas, mas um estilo de vida, uma disposição interior que diferencia um do outro.
Esse capítulo destaca de maneira profunda e direta a diferença entre esses dois tipos de pessoas, e o versículo 21 resume essa realidade com perfeição:
O ímpio toma emprestado e não paga; mas o justo se compadece e dá.
Salmos 37:21
Enquanto o justo faz o bem, demonstra suas boas obras, pratica a misericórdia e estende a mão aos necessitados, o ímpio toma emprestado com a intenção de não pagar, maltrata aqueles ao seu redor e age sem compaixão. Em seu coração não há temor a Deus nem respeito pelos outros, porque sua mente está obscurecida pela maldade. Davi quer que entendamos que essas atitudes não passam despercebidas diante do Senhor. Deus observa, conhece e julga, e cada um receberá segundo as obras que praticou.
Você que é servo fiel diante do Senhor, que pratica a justiça, ama, ajuda e tem misericórdia, saiba que você é um verdadeiro filho de Deus. O caminho do justo é abençoado, ainda que passe por dificuldades, pois o Senhor sustenta aqueles que O temem. Não é a ausência de lutas que define o justo, mas sim a presença de Deus em sua vida. Por outro lado, aqueles que praticam o mal, que tomam emprestado e não pagam, que causam dano e prejudicam o próximo, certamente serão cortados e punidos por Deus no tempo determinado.
Irmãos, não percamos a paciência nem sejamos invejosos, como nos diz o salmista. Muitos podem olhar para o progresso dos ímpios e se sentir tentados a questionar: “Por que eles prosperam enquanto eu luto?”. Porém, o salmo nos lembra que essa prosperidade é ilusória e momentânea. O justo, mesmo que passe por desertos, tem uma herança eterna; já o ímpio, ainda que floresça por um instante, não permanecerá. Davi chega a dizer que, em pouco tempo, você procurará o lugar do ímpio e ele não estará mais lá, pois sua própria maldade o consome.
Portanto, olhemos para o Senhor, pratiquemos boas obras, confiemos em Suas promessas e sigamos adiante com fé. O caminho dos justos é sustentado por Deus, e Sua fidelidade jamais falha. Viva com integridade, seja misericordioso e mantenha seu coração firme, porque a recompensa dos justos vem do próprio Senhor.