A carta do apóstolo Paulo aos Romanos fala claramente da razão pela qual devemos estar tranquilos, e deixar o nosso Deus fazer como Ele quer, e isso é que muitas das coisas que acontecem nas nossas vidas não dependem de nós, mas de Deus.
Quando refletimos sobre este ensinamento, percebemos que o apóstolo Paulo queria levar os crentes a uma compreensão profunda sobre a soberania divina. Muitas vezes, lutamos com situações que fogem ao nosso controle, tentamos resolver problemas com nossas próprias forças e acabamos frustrados quando nada sai como planejamos. No entanto, Paulo nos lembra que existe um propósito maior, uma vontade perfeita que não se baseia no nosso tempo ou nas nossas expectativas, mas na sabedoria infinita de Deus.
A afirmação acima deixa claro o que Deus pode fazer, no Seu tempo. As coisas não acontecem quando queremos que aconteçam, acontecem quando é a vontade de Deus. Vamos compreender uma coisa, dependemos do nosso Deus.
Essa dependência não é um sinal de fraqueza, mas de confiança. Quando entregamos nossos caminhos ao Senhor, reconhecemos que Ele vê aquilo que nós não vemos, conhece o futuro que nós desconhecemos e dirige cada passo com amor e justiça. Muitos homens da Bíblia aprenderam essa verdade de forma profunda; Abraão esperou anos pela promessa, José passou por injustiças até chegar ao propósito, Davi foi ungido rei muito antes de assumir o trono. Todos eles tiveram algo em comum: confiaram em Deus mesmo quando pareciam não ter respostas.
O autor nos dá um exemplo claro quando diz “Jacó eu amava, mas Esaú eu aborrecia”, perguntando se isto é uma injustiça de Deus, mas nos lembra o que Deus disse a Moisés “Terei piedade de quem eu terei piedade, e terei compaixão de quem eu terei compaixão” e finalmente diz ele:
Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
Romanos 9:16
Este versículo nos lembra que a misericórdia de Deus não se baseia em esforço humano, nem em méritos pessoais. Vivemos em um mundo onde tudo parece depender da performance, dos resultados, do esforço próprio, mas no Reino de Deus não funciona assim. Deus age conforme Sua compaixão, e Sua misericórdia é um dom concedido por Sua natureza amorosa. Quando entendemos isso, deixamos de tentar “merecer” a graça e passamos a reconhecê-la como presente divino.
Portanto, não há nada em nós que faça Deus ter misericórdia de nós, a misericórdia de Deus não depende de nós, é Deus que tem misericórdia e esta misericórdia manifesta-se quando Ele quer com quem Ele quer, e isto é confirmado no versículo 18:
Logo, pois, compadece-se de quem quer e endurece a quem quer.
Romanos 9:18
Esse trecho muitas vezes gera discussões teológicas, mas a mensagem central é clara: Deus é soberano. A Sua vontade é perfeita e não pode ser questionada. Diante disso, o nosso papel é confiar, buscar Sua presença, e viver em humildade reconhecendo que tudo o que temos vem das Suas mãos.
É por isso que pedimos a misericórdia de Deus para nós, não porque somos bons, não porque o merecemos, mas porque somos simples e fracos humanos, propensos a falhar, e apesar de tentarmos ser melhores a cada dia que passa, nunca esquecemos como somos frágeis e por isso pedimos força para resistir. Senhor, esperamos nos reunir quando vieres em busca do teu povo Amém.
Conclusão
A carta aos Romanos nos ensina que a vida cristã não se sustenta na força humana, mas na graça divina. Dependemos de Deus para cada passo, cada vitória e cada livramento. A misericórdia não é conquista, é dádiva. Por isso, devemos descansar na soberania de Deus, confiando que Ele age no tempo certo e da maneira perfeita. Que possamos viver diariamente conscientes dessa verdade, buscando Sua presença e esperando com fé o cumprimento dos Seus propósitos.