Há acontecimentos que definitivamente não se veem todos os dias, especialmente quando envolvem grandes corporações internacionais. Foi exatamente isso que aconteceu com a gigantesca e milionária empresa de hambúrgueres Burger King, que durante a Semana Santa de 2022 lançou uma campanha publicitária que acabou gerando polêmica e ofendendo muitos cristãos ao redor do mundo. A proposta, que pretendia promover seus produtos vegetarianos, rapidamente se tornou viral — mas não da maneira que a empresa esperava.
O objetivo do Burger King Espanha era atrair o público vegetariano justamente em uma época em que muitas pessoas, por tradição religiosa, evitam o consumo de carne. No entanto, o problema surgiu quando a empresa utilizou frases e expressões inspiradas diretamente nas palavras de Jesus Cristo, modificando-as de maneira que muitos consideraram irreverente ou até blasfema.
No primeiro anúncio, apareceu a frase “carne da minha carne”, conhecida expressão bíblica, mas com a palavra “carne” riscada e substituída por “vegetal”, fazendo o texto dizer: “vegetal do meu vegetal”. Já no segundo anúncio, utilizando-se das palavras ditas por Jesus na instituição da Ceia, o Burger King publicou: “Tomai e comei todos vós. Não tem carne.”
Para muitos cristãos, isso não soou apenas como uma campanha criativa, mas como uma zombaria direta aos ensinamentos e símbolos mais sagrados da fé cristã. Afinal, a Semana Santa não se trata de um simples feriado — é um período de profunda reflexão sobre a morte e ressurreição de Cristo. A substituição dessas frases, consideradas santas, para promover hambúrgueres vegetais foi vista como desrespeitosa e totalmente inadequada.
Como era de se esperar, houve um grande alvoroço nas redes sociais. A indignação se espalhou rapidamente, com milhares de cristãos denunciando a campanha como ofensiva, insensível e provocativa. Muitos argumentaram que, se alguma outra fé tivesse sido usada dessa forma, haveria uma reação ainda maior. Outros questionaram como uma equipe de marketing tão grande não foi capaz de enxergar o potencial ofensivo da campanha antes de lançá-la.
Diante da repercussão negativa, o Burger King Espanha foi rápido em responder, publicando um pedido de desculpas no qual afirmou:
“Pedimos desculpa a todos aqueles que foram ofendidos pela nossa campanha destinada a promover os nossos produtos vegetais na Páscoa. A nossa intenção nunca foi ofender ninguém e já solicitámos a retirada imediata da campanha.”
A empresa garantiu que a ação não teve a intenção de ridicularizar crenças religiosas, mas muitos cristãos não receberam essa justificativa com bons olhos, argumentando que o simples fato de não ter sido intencional não torna o erro menos grave. Para eles, brincar com palavras atribuídas ao próprio Cristo, especialmente em um momento tão significativo como a Semana Santa, é uma falta de sensibilidade espiritual.
Por outro lado, houve quem defendesse a empresa, dizendo que a campanha buscava apenas um jogo de palavras criativo e que não houve, de fato, um propósito de zombaria. Esses argumentam que as marcas costumam usar referências culturais para criar impacto, e que, embora tenha sido um equívoco, não se tratou de algo malicioso.
Seja como for, o episódio abriu um debate importante: até que ponto a publicidade pode — ou deve — brincar com elementos religiosos? Até onde vai a criatividade e onde começa o desrespeito? E, principalmente, por que tantas empresas parecem subestimar o impacto espiritual que determinadas referências podem causar?
Agora queremos ouvir você. Qual é a sua opinião sobre o caso? Você acha que o Burger King realmente quis provocar o público cristão de forma consciente? Ou acredita que foi apenas uma campanha mal planejada, sem intenção de ofensa, mas que acabou resultando em uma grande controvérsia?
Deixe seu comentário e nos diga: você considera essa publicidade uma zombaria, uma infelicidade ou apenas um erro de marketing?