A tua benignidade é melhor do que a vida

Palavras do salmista Davi: “Deus, o que satisfaz a alma”. Este salmo, escrito quando Davi se encontrava no deserto de Judá, revela a profundidade da devoção de um homem que buscava a Deus em meio à solidão, ao cansaço e às adversidades. O capítulo inteiro demonstra o quanto Davi reconhecia o socorro do Senhor e como seu coração se inclinava para o louvor mesmo em meio ao deserto. É justamente nas circunstâncias mais difíceis que podemos ver a fé deste homem sendo colocada em prática.

Para esse guerreiro e servo de Deus, a misericórdia do Senhor era mais preciosa do que a própria vida. Essa declaração não foi feita de maneira superficial, mas sim como fruto de experiências profundas vividas com Deus. Davi compreendeu que a vida humana é frágil, passageira e limitada, mas que a misericórdia divina é eterna, fiel e plena. Ele sabia que estava vivo e protegido porque Deus o sustentava com Seu amor imutável. É por isso que ele afirma com convicção: “Os meus lábios te louvarão”.

O salmista tinha inúmeros motivos para louvar a Deus. Em cada livramento, em cada batalha vencida, em cada promessa cumprida, ele via a mão poderosa do Senhor. Seu louvor não era apenas um ato religioso, mas a expressão sincera de um coração que experimentava diariamente a graça e a bondade de Deus. Davi foi motivado pelas experiências reais e pelo amor profundo que recebera. Ele sabia que a misericórdia o acompanhava como um escudo, e por isso não podia deixar de exaltar o nome do Senhor.

Porque a tua benignidade é melhor do que a vida; os meus lábios te louvarão.

Salmos 63:3

É claro que hoje muitos crentes ainda não compreenderam o valor da misericórdia de Deus, talvez porque ainda não viveram momentos onde puderam reconhecê-la claramente, ou porque simplesmente não perceberam quantas vezes foram preservados por ela. Mas Davi, que foi perseguido, traído, injustiçado e exilado diversas vezes, sabia exatamente o que significava ser alcançado pela misericórdia divina. Por isso, vemos repetidamente em seus salmos uma expressão viva de gratidão: “Ó Senhor, pela manhã eu Te buscarei”.

O coração do salmista era dedicado à adoração. Ele buscava a Deus cedo, antes de qualquer outra coisa, reconhecendo que seu fôlego e sua força vinham das mãos do Altíssimo. Seus louvores eram fruto de um relacionamento real e íntimo com o Senhor. E é por isso que, mesmo no deserto, mesmo longe do templo, mesmo perseguido, Davi ergue suas mãos e declara: “A minha alma se farta como de médula e de gordura, e a minha boca Te louva com alegres lábios”.

É bom confiar plenamente no Senhor e entregar a Ele todas as áreas da nossa vida. Confiar significa descansar, depender, esperar e reconhecer que sem Ele nada podemos fazer. Devemos pedir que Ele nos ajude a crescer, a amadurecer e a melhorar nossa vida espiritual. Quando compreendemos o valor da misericórdia de Deus, entendemos que a vida abundante está em caminhar ao lado do Senhor, obedecendo à Sua Palavra e rendendo a Ele a nossa adoração diária.

Assim como Davi, precisamos considerar a misericórdia de Deus como mais preciosa do que a própria vida. É essa misericórdia que nos guarda, nos levanta, nos renova, nos fortalece e nos mantém firmes em meio às lutas. É essa misericórdia que nos dá esperança, que nos conduz pelo caminho da justiça e que nos assegura que nunca estaremos sozinhos.

Não importa onde você esteja — seja no deserto, na aflição, na bonança, na alegria ou na tristeza — louve o Senhor com seus lábios. O louvor abre caminhos, renova a alma, fortalece a fé e nos aproxima de Deus. Que o exemplo de Davi nos inspire a buscar o Senhor de todo o coração, reconhecendo que a misericórdia dEle é maior do que qualquer adversidade e melhor do que a própria vida. Que Deus seja sempre o nosso auxílio, nosso consolo e a satisfação plena de nossa alma.

Aleluia
Como o cão que torna ao seu vômito, assim é o tolo que reitera a sua estultícia

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