Um certo escritor disse: “A Bíblia sofre mais de seus crentes do que de seus oponentes”. E é que realmente hoje nossos oponentes não ressoam tão fortemente como aqueles que “acreditam” na Bíblia. Honestamente, é uma pena ver tudo o que está acontecendo nas redes sociais, e é que existem milhares e milhares de pessoas compartilhando vídeos de pregadores que, sem entendimento e conhecimento do Senhor, falam coisas sem sentido, fazendo muitas proibições sobre coisas que a Bíblia nunca proíbe.
Vivemos em uma geração altamente influenciada pela velocidade da informação, onde qualquer pessoa com um telefone pode se tornar referência espiritual para milhares de seguidores. Essa facilidade cria um ambiente perigoso quando o conteúdo não é filtrado pela verdade bíblica. O grande problema não está apenas no erro que se espalha, mas no fato de que muitos aceitam essas palavras sem examinar as Escrituras. A própria Bíblia nos convida a testar os espíritos e a confirmar todas as coisas, retendo o que é bom. Porém, o que vemos hoje é o contrário: pessoas defendendo tradições humanas como se fossem doutrina divina. Isso é preocupante, porque quando a opinião pessoal é colocada acima da Palavra, nasce o legalismo, a confusão e a divisão entre irmãos.
Hoje muitos dizem que “o que eles acreditam é pecado” como se fossem deuses. A Bíblia é a única palavra que tem o poder de nos dizer o que é certo e o que é errado.
A autoridade espiritual não está nas emoções, nos costumes culturais, nem na tradição denominacional, mas exclusivamente na Palavra de Deus. Quando alguém afirma que algo é pecado apenas com base em sua convicção pessoal, está substituindo a voz de Deus pela própria voz. E isso cria uma atmosfera de medo e confusão espiritual. O cristão precisa aprender a diferenciar opinião de doutrina, preferência pessoal de mandamento divino. Se não fizermos essa distinção, corremos o risco de colocar cargas pesadas sobre os ombros de outros, exatamente como os fariseus faziam. Jesus nos chamou para a liberdade, não para o jugo da religião humana. Por isso, é essencial que cada crente estude a Bíblia com zelo, humildade e discernimento.
O legalismo predominante nos está tirando muito território como igreja e devemos acabar com isso. Precisamos levar a Bíblia para saber qual é a boa vontade de Deus. Lembremo-nos do apóstolo Paulo quando ele escreveu aos gálatas:
11 Irmãos, quero que saibam que o evangelho por mim anunciado não é de origem humana.
12 Não o recebi de pessoa alguma nem me foi ele ensinado; ao contrário, eu o recebi de Jesus Cristo por revelação.
Gálatas 1:11-12
A primeira coisa é que Paulo deixou claro para os gálatas que o Evangelho que ele havia pregado a eles não era algo inventado pelo homem, não era baseado em emoções ou supostas revelações superficiais, mais bem no evangelho que Paulo havia recebido. por Cristo.
Isso é extremamente relevante para nós hoje. Paulo estava combatendo o mesmo espírito legalista que ainda tenta infiltrar-se na igreja moderna. Muitos falsos mestres haviam acrescentado exigências humanas ao evangelho da graça, tentando convencer os gálatas de que a salvação dependia de obras, ritos ou tradições. Paulo, então, reafirma com autoridade que sua mensagem veio diretamente de Cristo. E essa clareza deve ser recuperada em nossos dias: o evangelho não é moldável à cultura, não é ajustável à opinião humana e jamais deve ser manipulado para controle religioso. O evangelho é suficiente, completo e perfeito.
Em que evangelho você decidiu acreditar? Você acredita no evangelho legalista que é ensinado hoje, onde dizem coisas que a Bíblia não diz? Ou você acredita no evangelho da Bíblia?
Cada cristão deve fazer essa reflexão com sinceridade. Seguir o evangelho verdadeiro implica renunciar a tradições humanas que, embora possam parecer espirituais, não têm fundamento bíblico. O evangelho legalista é pesado, oprime, afasta e divide; o evangelho da Bíblia liberta, ilumina, transforma e conduz à verdadeira paz. A grande pergunta é: estamos vivendo segundo o evangelho de Cristo ou segundo o evangelho das redes sociais? O evangelho das redes muda a cada semana; o evangelho de Cristo permanece para sempre.
É o tempo que em nossas igrejas lembremos do verdadeiro significado da graça de Deus, do amor de Deus, do evangelho de Jesus Cristo, que removamos o véu e que paremos de pregar todas aquelas coisas que não são o evangelho.
A graça de Deus não é uma ideia abstrata; é uma realidade que transforma vidas. Quando a graça é substituída por regras humanas, perdemos a essência do cristianismo. Por isso, é urgente que cada igreja volte a colocar Cristo no centro de sua mensagem, permitindo que a graça divina restaure, cure e liberte. A igreja não cresce através do medo, mas através do amor e da verdade. E somente quando voltamos ao evangelho puro experimentamos a plenitude da vida cristã. Que Deus nos ajude a abandonar o legalismo e abraçar a graça que verdadeiramente salva.