A grande oração de Jesus por seus discípulos

Você já imaginou quão terno foi o momento em que Jesus elevou Sua grande oração ao Pai intercedendo por Seus discípulos? Tente imaginar o próprio Filho de Deus, com voz cheia de misericórdia, mencionando cada um deles diante do trono celestial. Que privilégio aqueles homens tiveram! Eles ouviram Jesus orar por eles. Mas a boa notícia é ainda maior: Jesus não orou apenas pelos discípulos que estavam ali presentes, mas orou também por todos aqueles que, ao longo dos séculos, creriam Nele pela palavra anunciada. Isso significa que, naquele momento santo, Jesus orou por mim e por você. Isso deveria encher nossos corações de profunda reverência e gratidão. Nosso maior privilégio não é apenas servi-Lo, mas pertencer a Ele, ser propriedade do Bom Pastor que, na Sua eterna misericórdia, nos escolheu. Glória a Deus por isso!

9 Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.

10 E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou glorificado.

11 E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.

12 Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.

13 Mas, agora, vou para ti e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.

João 17:9-13

Esses versículos pertencem ao capítulo 17 do evangelho de João, uma das passagens mais profundas e emocionantes de toda a Bíblia. Conhecida como a “oração sacerdotal de Cristo”, é o momento em que Jesus, prestes a enfrentar Sua morte, levanta os olhos ao céu e intercede por aqueles que o Pai Lhe deu. Ele sabia que a hora havia chegado. Sua crucificação estava próxima. A dor, a vergonha e o peso do pecado do mundo descansariam sobre Ele. Ainda assim, em vez de pensar em Si mesmo, Jesus pensa em Seus discípulos.

Ao dizer: “E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo”, Jesus revela Sua preocupação amorosa por aqueles que ficariam. Ele conhecia as angústias, tentações e batalhas que Seus discípulos enfrentariam. Ele sabia que o mundo os odiaria, que a perseguição seria intensa e que o sofrimento seria inevitável. Jesus era o único que sabia o preço real da obediência. Ele carregou o peso do ministério, da rejeição e da dor. Mas agora, ao regressar ao Pai, deixa Seus seguidores com uma grande missão e com a promessa de proteção divina.

Por isso Ele ora: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”. Essa frase é poderosa. Jesus não pede que sejamos retirados das dificuldades, mas que sejamos preservados no meio delas. Ele não prometeu ausência de tribulação, mas presença de proteção. Ele não prometeu ausência de choro, mas garantiu consolo. Ele não prometeu ausência de batalhas, mas prometeu que nunca estaríamos sozinhos.

Jesus conhece nossas dificuldades. Ele sabe das tribulações que nos rodeiam. Ele conhece as lágrimas secretas, as dores silenciosas e os medos que tentam nos paralisar. Ele sabe o quanto o processo às vezes é doloroso. Contudo, a mesma voz que orou pelos discípulos continua ecoando: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo”. Isso significa que a nossa vida tem propósito. Somos enviados. Não estamos aqui ao acaso. Mesmo em meio às lutas, seguimos com uma missão santa — anunciar Aquele que prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28:20).

Jesus conclui Sua oração com uma afirmação maravilhosa:

E eu lhes fiz conhecer o teu nome e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.

João 17:26

Esse versículo é um tesouro. Jesus não apenas nos deu a conhecer o nome do Pai, mas prometeu revelá-Lo cada vez mais. Isso significa intimidade crescente, relacionamento profundo, transformação contínua. É um privilégio que o mundo não tem: conhecer o nome de Jesus e estar cheio do amor do Pai.

Que o amor do Pai permaneça em nós, e que a terna voz do Homem de Dores seja ouvida em todos os momentos da nossa vida. Que, assim como os discípulos, possamos viver confiando na oração de Cristo, sabendo que Aquele que intercedeu por nós continua sendo o nosso eterno Mediador diante do Pai.