“Vaidade de vaidades, tudo é vaidade.” Este é o grito que ecoa das profundezas do livro de Eclesiastes — um dos escritos mais profundos e existenciais da Bíblia. Ele nos convida a refletir sobre o sentido da vida e nos alerta sobre os perigos de vivermos apenas para o que é passageiro. Vamos observar esse texto tão relevante para os nossos dias.
1 Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém.
2 Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.
3 Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?
Eclesiastes 1:1-3
Vivemos em um mundo que idolatra conquistas materiais. Trabalhamos horas a fio, acumulamos estudos e bens, viajamos, consumimos e muitas vezes somos impulsionados pela ideia de que quanto mais temos, mais felizes seremos. Desenvolvemos toda uma mentalidade focada em “conseguir”. Dessa forma, nos esquecemos de buscar aquilo que realmente importa: a vida com Deus.
O rei Salomão, conhecido por sua sabedoria, entendia profundamente as tentações do poder e das riquezas. Ele tinha tudo: fama, riquezas, sabedoria, autoridade. E, mesmo assim, enxergou que nada disso era suficiente para satisfazer a alma humana. Tudo aquilo que o homem se empenha para conquistar por esforço próprio — vivas, glórias, bens — é vaidade, porque não dura.
Hoje, a mensagem de Salomão ecoa com grande intensidade. Vemos como muitos trabalham sem descanso, sacrificando família, saúde e até sua fé para “chegar lá”. A busca insaciável por sucesso se tornou idolatria disfarçada: vive-se mais para os prazeres terrenos do que para o Autor da vida. E quando fazemos das conquistas materiais nosso deus, perdemos a verdadeira alegria — que só se encontra em Deus. Não é errado viver bem ou ter recursos, mas é errado deixar que eles ocupem o lugar de Deus em nossas vidas.
A Palavra de Deus também nos adverte: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Timóteo 6:10). O problema não é o dinheiro em si, mas o amor desordenado a ele. Quando o dinheiro se torna o nosso senhor, a vida perde a direção e, ao final, tudo termina em frustração — porque tudo debaixo do sol é temporário.
Salomão nos lembra: “Tudo passa”. Riquezas passam, fama passa, força física passa. Até os maiores impérios do mundo caíram, e seus reis hoje são apenas páginas em livros de história. Mas há algo que permanece para sempre: a vontade de Deus e a vida daqueles que nela andam. Como disse Jesus: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras nunca passarão” (Mateus 24:35).
E aqui vem a maior lição: o próprio Cristo, o Rei dos reis, veio ao mundo como um humilde carpinteiro, nasceu em uma manjedoura, viveu entre os pobres e morreu como um criminoso. Ele, que tinha todo o poder e glória, escolheu se esvaziar de tudo para nos ensinar o verdadeiro valor das coisas. Sua vida foi um grito contra a vaidade humana e um convite à simplicidade e obediência.
Por isso, querido leitor, reflita hoje sobre onde está o seu coração. Não deixe que a vaidade — seja de bens, aparência, posição ou poder — tome o lugar de Deus em sua vida. Isso pode te afastar da verdadeira alegria e até te levar à ruína. Lembre-se: às vezes, conquistamos o mundo, mas perdemos nossa alma.
O pregador disse bem: tudo que está debaixo do sol é vaidade. Por isso, é tempo de buscar aquilo que está acima do sol — a presença de Deus, a vida eterna, a verdadeira sabedoria. Somente Cristo pode nos livrar do vazio da vaidade e nos encher de propósito, esperança e paz.
Que o Senhor nos ajude a discernir o eterno no meio do passageiro e a viver de forma que tudo o que fazemos tenha valor para a glória de Deus. Que a vaidade seja substituída por humildade, gratidão e fé.
“Tudo é vaidade sob o sol. Mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”
Deus te abençoe.